As tecnologias emergentes e a inovação tecnológica propiciada por essas tecnologias, no contexto das Indústrias 4.0 e 5.0, são relevantes para que as organizações lidem, da melhor forma possível, com o avanço industrial e surgimento de novos requisitos, dentre os quais se destacam os aspectos de sustentabilidade exigidos pela ESG.
A economia digital cresce em velocidade muito superior à da economia tradicional.
Quanto mais se investe em tecnologia, melhores os resultados organizacionais, incluindo um maior estímulo à inovação. Portanto, a Tecnologia da Informação (TI) vem se tornando um elemento chave para se criar um diferencial competitivo, difícil de ser superado pelos concorrentes, seja para uso interno – melhoria da produtividade e eficiência -, seja para uso externo – diversificação de produtos e serviços.
E quais são as novas tecnologias das Indústrias 4.0 e 5.0?
Elas incluem aquelas relacionadas a sistemas ciberfísicos, inteligência artificial, aprendizado de máquina, Big Data, Cloud Computing, Blockchain, dispositivos inteligentes, tecnologias de informação e comunicação, realidade virtual e aumentada, novos materiais, robótica, automação, sensores, mecatrônica, Tecnologia Móvel (Banda Larga Móvel, Wi-Fi, Bluetooth, GSM etc.), Tecnologia Social (Redes Sociais), dentre outras.
Mas, a tecnologia per si não garante a melhoria dos resultados, pois é considerada apenas um facilitador.
As lideranças precisam ser preparadas para utilizarem da tecnologia como ferramenta de trabalho e tomada de decisão!
Os desafios da Indústria 5.0
A Indústria 4.0 tem como ponto central os sistemas de manufaturas inteligentes. Ela trata, portanto, da automação de processos e da introdução da computação de ponta de maneira distribuída e inteligente. Seu único foco é melhorar a eficiência do processo, ignorando o custo humano resultante da otimização dos processos. E esse é o seu maior problema!
Já a Indústria 5.0 vem solucionar o problema da Indústria 4.0, estando mais voltada para o uso de tecnologias de vanguarda em benefício da sociedade como um todo, mas com uma preocupação fundamental de que os benefícios alcançados com o aumento de produtividade/eficiência não deixem de lado a preocupação com o ser humano, que passa a ser o foco central.
Você já se deu conta de que, com as revoluções industriais, o aumento da produtividade veio acompanhado de um aumento expressivo da poluição ambiental, por exemplo?
A Indústria 5.0 veio para também se preocupar com os impactos da tecnologia junto às diferentes partes interessadas, promovendo o aumento da produtividade de forma sustentável e o envolvimento dos clientes/usuários no processo de fabricação/prestação de serviço.
Imagine um cenário onde robôs colaborativos (cobots) se conectam intimamente com os humanos, em uma interação cérebro-máquina!
As inúmeras possibilidades de trabalho remoto que surgirão exigirão uma combinação adequada entre habilidades técnicas e soft skills, e uma capacidade de colaboração interdisciplinar nunca vistas.
A Indústria 5.0 une humanos e máquinas, utilizando cada vez mais a inteligência e a criatividade humanas para aumentar a eficiência do processo, de forma sustentável (redução de desperdícios, da poluição, dos resíduos, promoção da responsabilidade social e comportamento ético etc.), combinando fluxos de trabalho com sistemas inteligentes (máquinas autônomas).
Ela atingirá o apogeu quando seus três elementos principais – dispositivos inteligentes, sistemas inteligentes e automação inteligente – se fundirem totalmente com o mundo físico, em cooperação com a inteligência humana.
O termo “automação” descreve robôs autônomos como agentes inteligentes que colaboram com humanos ao mesmo tempo, no mesmo espaço de trabalho. Logo, a confiança e a confiabilidade entre essas duas partes proporcionarão eficiência promissora, produção sem falhas, desperdício mínimo e fabricação personalizável. Ao fazer isso, essa Indústria trará mais pessoas de volta ao local de trabalho e melhorará a eficiência do processo.
Um novo modelo de negócio
As áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D+I) das organizações passam a ser relevantes para uma maior competitividade sustentável das organizações, gerando patentes e aprimorando a maneira pela qual as empresas fornecem seus serviços ou produzem os seus produtos.
Nesse sentido faz-se necessário um aprimoramento das competências, habilidades, atitudes e valores dos colaboradores e demais partes interessadas (fornecedores, clientes, usuários etc.) em prol do uso colaborativo e da aceitação das novas tecnologias, propiciando a criação de novos modelos de negócios que se preocupem com o aumento da produtividade e da eficiência, sem descuidar dos aspectos sustentáveis e seus pilares fundamentais, que geram benefícios financeiros, ambientais e sociais.
Nesse contexto, os modelos de negócio não podem ficar descolados da sustentabilidade, do auxílio para a melhoria dos resultados não só financeiros das organizações, mas também sociais e ambientais. Ter consciência ambiental e social é considerado, por vezes, como uma vantagem competitiva, recebendo o apoio dos governos, das organizações internacionais como a ONU e OMS, e de uma base de clientes que entende a sustentabilidade como um valor e, portanto, prioriza a compra ou contratação de produtos e serviços orientados à sustentabilidade.
O próprio uso dessas tecnologias emergentes, no dia a dia das organizações e da sociedade, precisa ser discutido, explorado e bem planejado. Apesar de aparentemente essas novas tecnologias eliminarem empregos, com um impacto social significativo, na realidade haverá uma criação maior de empregos em relação à sua eliminação, mudando o perfil dos profissionais, o que demandará uma grande preocupação com os upskills da força de trabalho.
A tecnologia altera o status quo. Usualmente, gera conflitos e resistências! Por isso as lideranças devem promover a comunicação e a colaboração, a fim de que as resistências internas e externas sejam dirimidas em favor da Indústria 5.0.
A cultura organizacional voltada à tecnologia só se fará presente quando a alta liderança de fato disseminar a importância da tecnologia para o sucesso da empresa.
(Professor do curso Tecnologias e Inovação no Contexto ESG da Pitecg)
Referências
- Alvarez-Aros, E. L., & Bernal-Torres, C. A. (2021). Technological competitiveness and emerging technologies in industry 4.0 and industry 5.0. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 93.
- Durmaz, A., & Kitapcı, H. (2021). Revisiting Customer Involved Value Chains Under the Conceptual Light of Industry 5.0.
- Nahavandi, S. (2019). Industry 5.0—A human-centric solution. Sustainability, 11(16), 4371.
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